Cenário: Rapa Nui

Introdução

Imagina que uma biblioteca da tua localidade vai organizar uma palestra na próxima semana. A palestra vai ser dada por uma professora de uma universidade perto da tua escola. Ela vai apresentar o seu trabalho de campo realizado na ilha de Rapa Nui, no oceano Pacífico, mais de 3.200 quilómetros a oeste do Chile.

A tua turma vai assistir à palestra na aula de História. O teu professor pediu-te que procurasses informação sobre a história de Rapa Nui para que, antes da palestra, soubesses alguma coisa sobre o assunto.

A primeira fonte de informação que vais ler é um artigo de um blogue escrito pela professora enquanto esteve em Rapa Nui.

Blogue

O Blogue da Professora

Publicado a 23 de maio, 11:22 a.m.

Ao olhar pela minha janela nesta manhã, vejo a paisagem que aprendi a amar aqui em Rapa Nui, também conhecida como ilha de Páscoa. As ervas e os arbustos são verdes, o céu é azul e os velhos vulcões, agora extintos, surgem no horizonte.

Estou um pouco triste por saber que esta é a minha última semana na ilha. Terminei o meu trabalho de campo e vou regressar a casa. Mais logo, vou dar uma volta pelas colinas e despedir-me dos moai, que estudei nos últimos nove meses. Aqui fica uma imagem dessas estátuas imponentes.

Se, durante este ano, tem seguido o meu blogue, já sabe que os habitantes de Rapa Nui esculpiram estes moai há centenas de anos. Estes impressionantes moai foram esculpidos numa única pedreira que existe na parte este da ilha. Alguns pesam toneladas e, no entanto, os habitantes de Rapa Nui conseguiram deslocá-los para sítios muito distantes da pedreira, sem gruas ou qualquer maquinaria pesada.

Durante anos, os arqueólogos interrogaram-se sobre como estas estátuas imponentes teriam sido deslocadas. O mistério permaneceu até aos anos de 1990, quando uma equipa de arqueólogos e de habitantes de Rapa Nui conseguiu provar que os moai poderiam ter sido transportados e erguidos utilizando cordas, feitas a partir de plantas, e toros de madeira e carris, feitos a partir das árvores de grande porte que noutros tempos abundavam na ilha. O mistério dos moai estava resolvido.

No entanto, há um outro mistério por resolver. O que aconteceu a essas plantas e grandes árvores que foram utilizadas para deslocar os moai? Como disse antes, ao olhar pela minha janela, vejo as ervas e os arbustos, e uma ou duas pequenas árvores, mas nada que pudesse ter sido utilizado para deslocar essas enormes estátuas. Trata-se de um enigma fascinante, que aprofundarei em futuros artigos aqui no blogue e em palestras. Entretanto, talvez queira investigar o mistério por sua conta. Sugiro-lhe que comece com um livro intitulado Colapso, de Jared Diamond. Esta crítica de Colapso é um bom ponto de partida.

Revisão de livro

Revisão do livro "Colapso"

O novo livro de Jared Diamond, "Colapso", constitui um claro aviso sobre as consequências de danificarmos o nosso ambiente. No livro, o autor descreve várias civilizações que entraram em colapso devido às opções tomadas e ao impacto que estas tiveram no ambiente. Um dos exemplos mais inquietantes do livro é o de Rapa Nui.

Segundo o autor, Rapa Nui foi colonizada por polinésios pouco depois do ano 700 da nossa era. Construíram uma sociedade próspera, que talvez tenha chegado a ter 15.000 pessoas. Esculpiram os moai, as famosas estátuas, e utilizaram os recursos naturais à sua disposição para deslocar esses enormes moai para diferentes locais na ilha.

Quando os primeiros europeus chegaram a Rapa Nui em 1722, os moai ainda lá estavam, mas as árvores tinham desaparecido. A população tinha diminuído para uns escassos milhares de habitantes em luta pela sobrevivência. Diamond conta que os habitantes de Rapa Nui limparam a terra para a agricultura e para outros fins, e que caçaram em excesso as várias espécies de aves marinhas e terrestres que viviam na ilha. A sua hipótese é a de que a diminuição dos recursos naturais tenha conduzido a guerras civis e ao colapso da sociedade de Rapa Nui.

A lição a retirar deste livro brilhante, mas ao mesmo tempo assustador, é a de que, no passado, o Homem optou por destruir o seu ambiente, abatendo todas as árvores e caçando espécies animais até à extinção. Em tom otimista, o autor afirma ser possível optar por não cometer os mesmos erros no presente. O livro está bem escrito e merece ser lido por todos quantos se preocupam com o ambiente.

Escolha, das seguintes afirmações, o que é um facto e o que é opinião.

Atualidade Científica

Será que os ratos polinésios destruíram as árvores de Rapa Nui?

Por Miguel Quintas, jornalista de Ciência

Em 2005, Jared Diamond publicou "Colapso". No livro, o autor descreve a colonização de Rapa Nui (também chamada ilha de Páscoa) pelo homem.

O livro causou enorme polémica logo após a sua publicação. Muitos cientistas puseram em causa a teoria de Diamond relativamente ao que aconteceu em Rapa Nui. Estavam de acordo quanto ao facto de que as árvores enormes já tinham desaparecido na altura em que os europeus chegaram pela primeira vez à ilha no século XVIII, mas discordavam da teoria de Jared Diamond relativamente à causa do seu desaparecimento.

Mais recentemente, dois cientistas, Carl Lipo and Terry Hunt, publicaram uma nova teoria. Acreditam que o rato polinésio comeu as sementes das árvores, impedindo que novas árvores crescessem. Segundo estes cientistas, o rato foi trazido para a ilha, de forma acidental ou propositada, nas canoas que os primeiros povoadores utilizaram para chegar a Rapa Nui.

Há estudos que mostram que uma população de ratos pode duplicar em cada 47 dias. É muito rato para alimentar. Para fundamentar a sua teoria, Lipo e Hunt indicam os vestígios de frutos de palmeira que apresentam marcas de dentadas de ratos. É claro que eles reconhecem que o homem teve o seu papel na destruição das florestas de Rapa Nui. No entanto, para eles, o rato polinésio foi, entre um conjunto de outros fatores, um culpado ainda maior.

Cenário: Leite de vaca

Introdução

Em alguns países, como nos Estados Unidos, é comum beber-se leite de vaca.

Imagina que três alunos, a Anna, o Christopher e o Sam, se encontram numa pastelaria nos Estados Unidos. O dono da pastelaria colocou recentemente um aviso na montra em que se anuncia: "A partir do dia 5 de abril, deixaremos de servir leite de vaca. No seu lugar, passaremos a ter um substituto à base de soja".

A Anna, o Christopher e o Sam ficam curiosos por perceber a razão que levou a pastelaria a deixar de servir leite de vaca, e a Anna utiliza o seu smartphone para fazer uma pesquisa na internet sobre "leite de vaca". Abrem o primeiro resultado e conversam sobre ele.

Site: Quinta dos Laticínios

O valor nutricional do leite: inúmeros benefícios!

Os produtos lácteos da Quinta dos Laticínios contêm nutrientes indispensáveis: cálcio, proteínas, vitamina D, vitamina B12, riboflavina e potássio. Estas vitaminas e minerais fazem com que os produtos lácteos da Quinta dos Laticínios sejam elementos importantes numa dieta saudável. Consumir diariamente os produtos lácteos da Quinta dos Laticínios é uma excelente forma de assegurar que o seu corpo obtém as vitaminas e os minerais de que necessita.

Consumir produtos lácteos da Quinta dos Laticínios contribui para emagrecer, ajudando a manter um peso saudável. O leite aumenta a resistência e a densidade óssea. Além disso, melhora a saúde cardiovascular e ajuda a prevenir o cancro. Um copo de leite é um concentrado de vitaminas, de minerais e de valiosos benefícios para a saúde.

Segundo o Dr. Bill Sears, Professor Associado de Pediatria Clínica na Universidade da Califórnia, em Irvine, o leite contém vários nutrientes importantes num único alimento. Esta ideia é também defendida pela Associação Internacional de Produtos Lácteos (AIPL). Aliás, a AIPL refere que muitos profissionais de saúde e grupos do sector também estarão de acordo.

O leite contém um conjunto nutricional completo que inclui nove nutrientes essenciais. Para além de ser uma excelente fonte de cálcio e de vitamina D, é uma boa fonte de vitamina A, de proteínas e de potássio. Os laticínios são recomendados pelos médicos. O papel dos laticínios numa dieta saudável há muito tempo que foi reconhecido pela comunidade nutricional e científica, nomeadamente a Fundação Nacional contra a Osteoporose, a Direção-Geral da Saúde, os Institutos Nacionais de Saúde, o Conselho para os Assuntos Científicos da Associação Médica Americana e muitas outras organizações de saúde de primeira linha nos Estados Unidos.

Associação Internacional de Produtos Lácteos, 27 de setembro de 2007

A Anna, o Christopher e o Sam conversam acerca da decisão de deixar de vender leite de vaca tomada pelo dono da pastelaria. "Talvez o leite de vaca esteja a ficar demasiado caro", diz o Sam. O Christopher consulta o seu smartphone: "Talvez, mas eu também fiz uma pesquisa na net sobre o leite de vaca. Vou enviar-vos uma mensagem com o link para um artigo mais recente que pode ajudar a encontrar uma explicação".

A Anna e o Sam abrem o link enviado pelo Christopher e leem o artigo "Diga não ao leite de vaca!".

Site: Artigos do Dia sobre Saúde

Diga "Não" ao leite de vaca!

Por Dr. R. Garcia, repórter para assuntos de saúde

O leite de vaca tem um papel importante na vida de muitas pessoas nos Estados Unidos. Os bebés bebem leite de vaca pelos biberões. As crianças comem os cereais misturados com leite de vaca. Até os adultos apreciam o seu copo de leite fresco de vez em quando. É verdade, o leite de vaca tem um papel importantíssimo na dieta dos seres humanos pelo mundo fora. No entanto, há cada vez mais investigação a sugerir que o leite poderá não ser "tão bom para o corpo", como se anuncia num célebre slogan publicitário americano.

O Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, o Conselho Americano de Laticínios, a corporação Dairy Management e outras organizações vêm há muitos anos multiplicando esforços para promover o leite. Incentivam os adultos a beber pelo menos três copos de leite por dia. No entanto, ao longo da última década, vários estudos têm vindo a pôr em causa o poder que o leite tem no fortalecimento dos ossos e outras afirmações acerca dos benefícios do leite para a saúde. As conclusões talvez o surpreendam.

Um dos estudos mais recentes e mais importantes sobre os efeitos do consumo de leite foi publicado na revista British Medical Journal, em outubro de 2014. Os resultados desse estudo permitiram retirar algumas conclusões muito sólidas relativamente ao consumo de leite. Nesse estudo, conduzido na Suécia, mais de 100.000 pessoas foram seguidas durante períodos de 20 a 30 anos. Os investigadores concluíram que as mulheres consumidoras de leite tinham mais fraturas ósseas. Por outro lado, os consumidores de leite de ambos os sexos tinham maior probabilidade de sofrer de doenças cardíacas e de cancro. Estas conclusões desconcertantes são semelhantes aos resultados de outros estudos.

O Comité de Médicos por uma Medicina Responsável, o CMMR (Physicians Committee for Responsible Medicine, PCRM), pronunciou-se sobre alguns dos problemas de saúde relacionados com o consumo de leite. Segundo esta organização, o leite e os laticínios "têm poucos ou nenhuns efeitos benéficos nos ossos". O CMMR vai ainda mais longe, apontando alguns problemas concretos associados ao leite:"As proteínas do leite, o açúcar do leite, a gordura e a gordura saturada dos laticínios apresentam riscos para a saúde das crianças e potenciam o desenvolvimento da obesidade, da diabetes e de doenças cardíacas".

São afirmações muito sérias e são necessários mais estudos que confirmem estas conclusões. No entanto, há cada vez mais provas de que beber leite de vaca pode ser menos benéfico para a nossa saúde do que inicialmente se pensava. Se essas afirmações se tornarem factos indiscutíveis, talvez seja altura de dizer "não" ao leite de vaca.

Indique se as seguintes afirmações estão de acordo, ou não, com a intenção do Dr. Garcia ao escrever o artigo.

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